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sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

Comando da BM pede desculpas a africanos

Os jovens acusam uma policial militar de racismo em abordagem

Letícia Barbieri 
Ao reconhecer um erro de abordagem, o comando da Brigada Militar (BM) surpreendeu esta tarde ao abrir o quartel e pedir desculpas públicas aos dois estudantes africanos envolvidos em um suposto caso de racismo, na Capital.
– A Brigada Militar tem que lamentar um fato desses. Fazemos questão de recebê-los e pedir desculpas. Se foi como eles relataram, foi lamentável – disse o coronel Altair de Freitas Cunha, subcomandante da BM, no exercício do comando.
Para o presidente do Movimento de Justiça e Direitos Humanos no Estado, Jair Kriscke, a iniciativa é pioneira, única e histórica.
– Isso é inédito. Um pedido de desculpas. Um exemplo para o Brasil – considerou Jair.
O encontro é consequência de uma abordagem policial dentro de um ônibus da Capital, no dia 17 de janeiro. De acordo com os estudantes, uma PM, que estava no mesmo ônibus que eles, teria mandado o motorista parar e abordado os jovens, chamando-os de negros e dando a entender que eles tinham roubado os sapatos que calçavam. A Defensoria Pública anunciou que vai ingressar com um processo de danos morais contra o Estado.
Conversas em francês
Moradores de Viamão, os jovens africanos, o geólogo de 22 anos, Tibulle Sossou, e o aviador de 21 anos, Sagesse Kalala, estavam a caminho da Polícia Federal para renovar o visto de permanência no Brasil.
Próximo à Redenção, perceberam que a policial começou a fazer ligações. Três viaturas e uma motocicleta pararam próximo ao ônibus da linha Campus Ipiranga. Segundo o relato dos homens, eles foram abordados, agredidos e algemados, e depois conduzidos para o posto policial na Redenção.
Caso será investigado
Os homens registraram ocorrência na Polícia Civil. O delegado Adilson Reis diz que vai procurar a corregedoria da Brigada Militar para apurar o fato. Já o comandante interino do 9º BPM, major Jorge Renato Maya, afirma que um inquérito foi aberto para investigar o suposto caso de racismo. O resultado do inquérito polícial militar deve ser divulgado em até 60 dias.


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