O Brasil Urgente dos gaúchos denunciou a precária situação do Corpo de Bombeiros de São Jerônimo, na Região Carbonífera. O grupo de 14 homens é responsável por uma área que abrange os municípios de Minas do Leão, Butiá, Arroio dos Ratos, General Câmara e Charqueadas e soma mais de 106 mil moradores. Dos três caminhões da guarnição, um está emprestado à corporação de Camaquã e outro na oficina. O veículo em condições de uso, além de uma pick-up, fica estacionado em um cantinho emprestado pela empresa de transporte coletivo da cidade, e os bombeiros têm como sede uma casa – não um quartel – alugada pela prefeitura. Reportagem de Ricardo Azeredo Assista à reportagem:A situação do Corpo de Bombeiros do RS, não é muito diferente nas demais cidades, principalmente, naquelas que se encontram no interior e que não contam com investimentos das prefeituras através de um fundo de reaparelhamento adequado(FUNREBOM), pois a arrecadação é baixa e a atividade de bombeiro é cara. Até mesmo na capital gaúcha, que será sede da Copa, não tem uma estrutura adequada, estações fechadas, falta de efetivo, viaturas obsoletas, etc. A resposta é simples, e a solução ainda mais, mas infelizmente devido ao corporativismo e aos interesses individuais de algumas autoridades, a situação de nosso bombeiro ainda perdura. Os problemas que o Corpo de Bombeiros Gaúcho vive é devido ao modelo de gestão obsoleto, que ainda é empregado, a instituição é subordinada a uma força policial: BRIGADA MILITAR, que emprega todos os seus esforços humanos e financeiros na sua atividade primordial:POLICIAMENTO OSTENSIVO, não conseguindo atender a demanda da atividade de bombeiro. No próximo mês, retornarão as reuniões do Grupo de Trabalho do Governo do Estado, são mais três, para chegarem a um consenso de solucionar a situação crítica em que se encontram os nossos bombeiros. A ABERGS defende a desvinculação da Brigada Militar e a criação do Corpo de Bombeiros Militar do RS aos moldes dos 23 estados que contam hoje com seu Corpo de Bombeiros forte e independente. Acreditamos que o Estado tomará a decisão correta, como tomou no passado, quando criou o DETRAN e o IGP que são modelos para o Brasil.Não podemos mais deixar tantas cidades gaúchas sem um atendimento adequado e muitas delas sem proteção desta atividade de segurança pública, que ao invés de proteger contra crimes, protegemos-as de outros inimigos da sociedade: as catástrofes e os desastres naturais, que tanto ceifam vidas. Deixo uma pergunta no ar: Como seria uma Polícia administrada por Bombeiros? Acompanhem abaixo a reportagem da Revista Emergência que comprova que uma instituição de Bombeiros não pode continuar nessa aberração sem lógica de ser subordinada a uma força policial. Emancipação fortalece corporações, mas requer expansão do serviçoData: 06/02/2012 / Fonte: Revista EmergênciaVinte e três anos depois da promulgação da Constituição Federal, quando conquistaram o direito de emancipação, os corpos de bombeiros no Brasil enfrentam novo momento marcante. Propostas em debate podem elevar para 26 o número de corporações independentes - apenas São Paulo não tem, atualmente, debate sobre uma possível separação da PM (Polícia Militar). Paralelamente ao sonho do comando próprio, além de suas implicações e benefícios, os bombeiros militares enfrentam a evolução de modelos mais praticados fora do Brasil, com bombeiros profissionais, civis e voluntários, que crescem em importância diante do aumento dos desastres naturais e colocam-se como alternativa para atender aos municípios desassistidos pelo Estado. O exemplo do Corpo de Bombeiros do Rio Grande do Sul é, talvez, o mais pontual. A instituição, que completará 117 anos em março, aproxima-se da emancipação da Brigada Militar a partir de um grupo de trabalho, estabelecido pelo Governo do Estado, que trabalha na proposta desde junho de 2011. Com 118 unidades em 95 municípios, a corporação está presente em menos de 20% das cidades gaúchas, embora atue nas mais populosas, indica seu comandante, o coronel Henrique Vanderlei Lampert Silva. O efetivo de 2.300 homens corresponde a apenas 10% do total da Brigada Militar. Como agravante, no início de 2013, apesar do ingresso de 600 novos bombeiros, há risco de o efetivo ser ainda menor, dada a saída prevista de vários outros militares. A reposição não contínua é insuficiente, alega o comandante. Além de frear qualquer possibilidade de expansão da cobertura do serviço no Estado, a falta de recursos humanos ainda tem provocado a inoperância e até o fechamento de quartéis. "Não pensei que seria um comandante deste bombeiro fragilizado", lamenta Lampert. A saída, aponta ele, passa pela emancipação da corporação, mas de forma planejada. "Vamos emancipar os bombeiros? Sim, mas como vamos convencer o Governo a fazer uma inclusão de recursos humanos para o futuro bombeiro emancipado? Temos que nos preparar para o que queremos ser no futuro", diz. "Não podemos ser imaturos achando que vamos ser independentes na semana seguinte à emancipação", completa. A preocupação de Lampert encontra amparo na opinião do professor e pesquisador Carlos Eduardo Riberi Lobo, doutor em Ciências Sociais e mestre em História Social. Embora considere que uma corporação emancipada tenha maior poder decisório e possa se dedicar à sua função principal, ele alerta que a autonomia e a capacidade de melhoria dos serviços somente irão ocorrer se o Estado investir significativamente no corpo de bombeiros, ou seja, em efetivo, formação, equipamentos e viaturas. O desafio atual do Rio Grande do Sul já foi enfrentado por 23 corporações que emanciparam-se da PM, algumas de forma consensual, outras litigiosa, geralmente com poucos bombeiros. Em outubro de 1989, Goiás e Mato Grosso do Sul foram as primeiras a conquistar a autonomia, juntando-se a Rio de Janeiro e Distrito Federal, que já nasceram independentes. Ao lembrar das dificuldades na época, o Comandante-Geral do CBMGO (Corpo de Bombeiros Militar de Goiás), coronel Carlos Helbingen Júnior, cita justamente o desligamento completo da estrutura administrativa da PM, com os bombeiros tendo que executar todos os atos administrativos legais de gestão orçamentário-financeira e de pessoal. A autonomia, contudo, melhorou os serviços prestados, ampliou a presença dos bombeiros no Estado e auxiliou nos investimentos em veículos, equipamentos e aprimoramento profissional. "Analiso o CBMGO pós-emancipação como uma corporação que nasceu de novo, com muita força e vigor, com um efetivo reduzido que optou voluntariamente pela digna missão de alavancar uma instituição", refere. Quando da separação, cerca de 600 militares decidiram integrar o CBMGO definitivamente. Hoje, o efetivo chega a 2.564 militares - um crescimento de 320%, mas ainda aquém dos 4.293 previstos em lei. Em 1989, a corporação possuía 12 viaturas, já consideradas obsoletas e ineficientes. Atualmente, a frota chega a 410 veículos de diversas categorias. Também 32 novos municípios passaram a contar com quartéis da corporação desde então. Conforme Helbingen, o CBMGO está perto de ser beneficiado pela aprovação de uma lei que criará fundo especial específico para a corporação, o que permitirá que as ações e temas estratégicos sejam implementados com a destinação dos recursos necessários para sua execução. No Espírito Santo, uma solução para as dificuldades iniciais pós-emancipação veio justamente com o Fundo Especial de Reequipamento do Corpo de Bombeiros Militar, criado pela Lei Complementar nº 102, em 1997, ano da desvinculação. O objetivo, conta o tenente-coronel Carlos Marcelo D`Isep Costa, comandante do 4º BBM (Batalhão de Bombeiros Militar), foi prover recursos financeiros para a nova corporação que, na época, tinha unidades em cinco cidades, hoje está em 11 e tem a previsão de ter quartéis em 16 dos 78 municípios capixabas até 2014. Já o efetivo saltou de 560 para 1.200 bombeiros. Em um período de dez anos pós-Constituição, 15 corporações emanciparam-se. Algumas só concretizaram a separação após superarem a pressão contrária inicial. No Ceará, em 1988, uma reunião com o Subcomandante Geral da PM buscou esvaziar a pretensão, relata o coronel bombeiro da reserva José Ananias Duarte Frota, ex-comandante-geral no Estado e presidente da Ligabom (Liga Nacional dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil) de 2005 a 2006. A autonomia acabou conquistada dois anos depois. No Espírito Santo, o movimento dos bombeiros também foi duramente combatido pela cúpula da PM a partir de 1989, revela o tenente-coronel D`Isep. Ele relata ter testemunhado ameaças de punição aos bombeiros para minar as tentativas de emancipação, alcançada após oito anos. Entretanto, em 1995, quando o processo de emancipação começou a desenvolver-se, um grupo de oficiais da PM idealizou o projeto "P3M - Rumo ao Terceiro Milênio" que incluía, em um subprojeto, a separação das atividades policiais das de bombeiros. Conhecendo o histórico enfrentado pelos colegas, Lampert quer garantir a autonomia, aproveitando o bom momento da relação com a Brigada Militar, cujo comando tem permitido concessões importantes aos bombeiros, ao contrário de interferências sofridas em anos anteriores. "Os bombeiros não podem mais ficar à mercê do humor de um comandante-geral", justifica. Um grupo de trabalho foi estabelecido internamente pelo comando dos bombeiros gaúchos, em paralelo ao proposto pelo Governo estadual. Segundo Lampert, a história da separação e os 13 anos de autonomia do Corpo de Bombeiros de Minas Gerais vêm sendo considerados como o exemplo mais próximo da realidade no Rio Grande do Sul. Reportagem de Rafael GeygerLeia a matéria completa na edição de fevereiro da Revista Emergência Ilustração: Beto Soares/Estúdio Boom Revista Emergência: Edição Fevereiro |
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quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
Brasil Urgente RS mostra as péssimas condições de trabalho dos bombeiros da região carbonífera
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