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terça-feira, 25 de outubro de 2011

Caos na Saúde

     Já é notorio o descaso de nossos governates com a saúde pública no Brasil. Mas o caso mostrado hoje em quase todos noticiários gaúchos comoveu a população sul-riograndense em quase toda sua totalidade. O caso da gestante que saiu de Santa Vitória do Palmar, no extremo sul gaúcho, e viajou mais de 500 Km para ser atendida em Novo Hamburgo, será investigado pelo Governo do Estado. Uma sindicância também foi aberta pelo Cremers.
     De acordo com o secretário estadual da Saúde, Ciro Simoni, estão sendo analisadas informações desde o pré-natal de Elisiane San Martins, já que ela sabia que a gravidez era de risco e que o município não contava com leitos de UTI neonatal.
Elisiane San Martins, de Santa Vitória do Palmar, estava grávida de sete meses
Foto:Eva Tereza de Sá / Arquivo Pessoal
     A gestante segue internada no Hospital de Novo Hamburgo em estado grave. Os gêmeos prematuros já respiram sem a ajuda de aparelhos . A região sul do Estado conta com 33 leitos de UTI neonatal, em Pelotas, Rio Grande e Bagé. O número equivale a uma média de 3,6 leitos para cada mil nascimentos. De acordo com o secretário Ciro Simoni, o índice está acima do indicado pela Organização Mundial da Saúde.
     Em Canguçu, 10 leitos seguem aguardando credenciamento para a liberação. Somente a Região Metropolitana, destino de muitas gestantes vindas do interior, possui 220 leitos para cerca de quatro milhões de habitantes.
     A Secretaria da Saúde afirmou ainda que a Rede Cegonha, projeto de acompanhamento de gestantes, está funcionando e terá investimentos de R$ 28 milhões nos próximos meses somente em exames de pré-natal.
     Podemos, com base nos dados acima referidos, realizarmos um parâmetro com o corpo de bombeiros do Rio Grande do Sul. Não são as instituições que estão em perigo nesse jogo politico e sim os interesses dos cidadãos. O direito a saúde é protegido constitucionalmente, é uma das chamadas clausulas pétreas, ou seja, é um direito positivado que o governante ou os legisladores não podem alterar a bel prazer. O que fazem os governantes então?? Simplesmente se omitem. Quando um caso desta magnitude é mostrado massivamente pela mídia, os ocupantes do poder se defendem com números e promessas. São 28 milhões aqui, mais 20 milhões ali... E a população continua a míngua. Se tem dinheiro, porque não o vemos sendo investido no que realmente é importante.
     O que não consigo entender é que algumas instituições recebem verbas astronomicas, que quando chega ao final do período orçamentário, se veem obrigadas a devolverem parte destas por não haver onde gastar. Enquanto isso os profissionais que prestam os serviços básicos ao cidadão (médicos, enfermeiros, professores, policiais, bombeiros, etc.) tem de fazer mágica para honrar seu compromisso com o povo, muitas vezes movidos por um sentimento intrinseco de ajuda ao próximo, procuram suprir as lacunas deixadas pelo poder público, pois estes profissionais fazem, como representantes do Estado, o que o Estado deveria estar fazendo.
   
   

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